segunda-feira, 7 de junho de 2010

Israel ataca "pacifistas"?

Quando o ataque do estado de Israel a uma flotilha, em águas internacionais, que estava supostamente carregada de mantimentos e pacifistas com destino a Faixa de Gaza, começou a ser noticiado, já notei algo errado. Em uma área tão conturbada e violenta como Israel tomar partido, tão rápido e de forma tão ensurdecedora, deve ser considerado, no mínimo, um ato suspeito. As condenações são muitas, mas pouco é citado acerca do que Israel tem a dizer. Pude ficar sabendo um pouco mais desse outro lado da história a partir de uma amiga que comentou e me enviou um e-mail com o que foi declarado pela Embaixada de Israel.
Começo falando sobre o local onde se deu a tragédia, que apesar de se encontrar em águas internacionais é justificado pelo bloqueio marítimo na Faixa de Gaza, que é legal e está inclusive contido em leis marítimas de outros países, como EUA e Inglaterra, desde que não prejudique o trânsito marítimo de países neutros no conflito. Apesar de não se encontrar próximo do litoral de Gaza, Israel tem o direito de bloquear e, se necessário, atacar qualquer meio de transporte que transitar por aquela região que tenha como destino declarado o território que sofre o bloqueio. E essa declaração pode ser observada no seguinte vídeo http://www.youtube.com/watch?v=qKOmLP4yHb4, onde Israel contacta a flotilha e recebe um recado claro da mesma. Aliás, nesse mesmo vídeo, fica claro que o procedimento anterior a ação de ataque é correto, já que é oferecida a opção de repassar esses mantimentos por terra, através do porto de Ashdod.
Observando tais fatos, algumas dúvidas surgem. Porque não aceitar essa alternativa se a intenção era repassar os mantimentos? E porque não recorrer a ONU ou a Cruz Vermelha para tal tarefa ao invés de tentar furar o bloqueio? Será que eram realmente pacíficos os fins da missão?
O Hamas domina aquela região e qualquer cuidado é pouco para armamentos não chegarem ao local, piorarem ainda mais o conflito e vitimarem mais civis. Não estou defendendo Israel, longe disso, mas gostaria de divulgar um pouco sobre essa versão, pouco informada.
Essa condenação pode ter relação com o que ocorreu em meados de Março quando Joe Biden, vice presidente americano, fazia uma visita a Jerusalém para, entre outros assuntos, propor acordos em direção a paz entre Palestinos e Judeus, e o primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu anunciou a construção de 1.600 casas em uma colônia judaica no setor árabe de Jerusalém, o que foi considerado um desrespeito e afronta pelos Estado Unidos. Desde então as relações dos dois países, aliados de longa data, vêm se complicando.
São questões para refletir e perceber que, pelo menos nessa história, não há mocinhos nem vilões definidos.